Cada vez mais as organizações, entendidas como um todo, têm a necessidade de avaliar o risco das suas operações numa ótica do médio/longo prazo. A advocacia não é uma exceção.
Com efeito, numa análise recente que fiz do relatório do Banco Mundial, Doing Business 2017, constatei que, de uma forma geral, a justiça e a morosidade dos tribunais na resolução dos litígios é uma evidência em praticamente todo mundo. Não só por esse motivo, mas também por fatores como, reputação, gestão de recursos, responsabilidade social, etc…, importa fazer uma análise de risco quando um novo caso nos chega às mãos.
Esta análise tende a ser muito pragmática. Tipicamente analisamos a probabilidade de êxito na ação, custos envolvidos, tempo médio para a resolução definitiva do caso e, não menos importante, probabilidade de êxito na execução da sentença. Porém, julgamos que, cada vez mais, torna-se importante que esta análise seja muito anterior a um potencial conflito. Na verdade, com os meios tecnológicos e acesso à informação, os atores económicos poderão escolher os seus parceiros de negócio, sejam eles fornecedores, sejam eles, clientes, quanto estamos a falar de uma relação B2B.
Todos sabemos que na maior parte das atividades económicas, a concorrência é grande e os mercados são geralmente maduros, o que implica que não existe espaço, sob pena dos projetos empresariais poderem ficar comprometidos, para que se invista tempo e dinheiro em relações que acabam em litígios, sejam eles de natureza financeira, sejam eles de natureza obrigacional geral. Assim, parece-me claro que a avaliação de risco não é uma moda, mas cada vez mais um imperativo.